Boa resistência e alto grau de transparência também são apontados como fatores que pesam na escolha do material em projetos que envolvam a construção de tanques de água para exibição de animais aquáticos
Poder ver de perto animais que vivem em habitats tão diferentes do nosso é o que move milhões de pessoas todos os anos aos aquários espalhados pelo mundo. Para se ter uma ideia da demanda, o AquaRio, maior aquário da América Latina, que foi inaugurado em novembro de 2016, ultrapassou em 2019, com menos de três anos de funcionamento, o número de 3 milhões de visitantes. O local, que possuí 26 mil m², conta com tanques com capacidade para armazenamento de 4,5 milhões de litros de água salgada e reúne mais de 350 espécies de animais. A principal atração da casa, no entanto, ou pelo menos o que permite que os visitantes consigam de fato experimentar a sensação de estar no fundo do mar, é um túnel com 26 metros de extensão construído com chapas acrílicas que contam com 3 metros de altura e 2 de largura. Essa passagem fica a 7 metros de profundidade e sob constante pressão dos 3,5 milhões de litros de água que ocupam o tanque. Lá vivem diferentes tipos de raias e tubarões, entre outros animais marinhos. “O acrílico permitiu que aquários se reinventassem e proporcionassem ao público experiências antes bastante limitadas, não só visualmente – já que outros materiais, como o vidro, não oferecem a mesma visibilidade que o acrílico -, mas também de se poder ter uma nova perspectiva sobre a visitação”, explica João Orlando Vian, consultor executivo do ILAC – Instituto Latino-Americano do Acrílico.
Vian diz que, por seu um plástico termomoldável, o acrílico permitiu ,por exemplo, que os aquários pudessem explorar novas formas e dimensões com as quais esse novo habitat é apresentado e vivenciado: “Os imensos aquários cilíndricos, por exemplo, permitem uma visualização mais ampla desse universo e da interação com esses animais”. Um desses aquários, é o AquaDom, instalado no Radisson Collection Hotel, no complexo DomAquarée, em Berlim, na Alemanha. Com capacidade para armazenamento de 1 milhão de litros de água, o AquaDom é o maior aquário cilíndrico em acrílico do mundo. Seu cilindro externo conta com cerca de 11 metros de diâmetro e uma altura 16 metros. Além da altura, impressionam nesse projeto a instalação de um elevador transparente embutido dentro do cilindro. Ao todo, a obra tem 25 metros de altura.
O Aquário do Rio Paraná, localizado em Rosário, na Argentina, conta com dois tanques de acrílico feitos com estrutura cilíndrica. Cada um deles tem 3,30 metros de diâmetro e 3,5 metros de altura. As placas acrílicas usados na composição têm 60 mm de espessura. O trabalho de instalação e vedação é da Acrílicos Lamanna.
Além dos cilindros em acrílico, Antonio Lamanna conta que as janelas de visualização do Aquário do Rio Paraná também são feitas em acrílico. Uma delas, aliás, é composta pela maior chapa acrílica já instalada na Argentina. “Esse painel conta com 3,3 metros de altura por 8,7 metros de comprimento. Sua espessura é de 170 mm”, conta Lamanna. Segundo ele, o peso dessa chapa é de aproximadamente 5,5 toneladas. Nas demais janelas, diz ele, as espessuras usadas variam de 60 mm a 100 mm, de acordo com tamanho da peça e aplicações.
A vantagem do acrílico é que, ressalta Lamanna, suas chapas conseguem manter a transparência de 92%, independente de sua espessura. Tamanha nitidez evita distorções óticas e favorece a visibilidade proporcionada pelo produto, sem que sua resistência seja comprometida.
Outro projeto destacado por Lamanna é o do Delfinario Sonora, em San Carlos, no México. Para o local, Lamanna produziu dois painéis de observação de leões marinhos e de golfinhos. Cada um desses painéis conta com 2 metros de altura x 3,5 metros de comprimento. A espessura da chapa acrílica é de 140 mm. Também foram instalados no local três painéis curvos de 1,6 metros de altura e 4,6 metros de comprimento cada. Para que elas ganhassem as formas curvas, as chapas de 120 mm de espessura foram termo moldadas.
No Brasil, o Aquário de São Paulo, com 15 mil m² e 4 milhões de litros de água, onde habitam milhares de animais de centenas de espécies, é outro exemplo de como o acrílico permitiu que a experiência vivenciada pelo público fosse ampliada através de painéis capazes de transmitir luminosidade e cores de forma mais viva e próxima. Por lá, o trabalho de vedação das placas de acrílico foi feito pela Acriresinas.
No mundo, aquários gigantescos, como o The Georgia Aquarium, em Atlanta, nos Estados Unidos, ou o Chimelong International Ocean Resort, na China, abrigam tubarões-baleias que são vistos através de painéis de acrílico com proporções absurdamente grandes. O Chimelong, por exemplo, entrou para o Guiness Book como tendo a maior cúpula subaquática do mundo em acrílico.
O ILAC – Instituto Latino-Americano do Acrílico é fruto do trabalho de integração das empresas do setor de acrílico na América Latina e tem como objetivo inicial a troca de informações e conhecimento sobre aplicações finais e processamento do acrílico em cada um dos países que participam do grupo. O Instituto segue as premissas do seu antecessor INDAC, que há mais de 20 atuava para gerar negócios e difundir o acrílico como matéria-prima. Atualmente, 33 empresas são associadas ao ILAC, entre elas: Acrilaria, Acriresinas, Acrílico Design, Acrilmarco, Acrimax, Acrinox, Acriplanos, Actos, Art Cryl, Bold, Brascril, Campion, Castcril, Cobertura Telescópica, Cristal e Cores, CutLite, Emporium, Day Brasil, Inkcryl, JR Laser, Menaf, Mitsubishi Chemical, Osvaldo Cruz, Proneon, Sheet Cril, Tronord, Tudo em Acrílico, Unigel e Work Special, juntam-se ao quadro as empresas Paolini e Lamanna, da Argentina, Formaplax, da Colômbia e Induacril do Chile.
Gostaria de saber quais os setores que poderão usar o PVDF reciclado. Tenho sucata de borras e tubos para vender.